terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Dedos Opressores (02/02/2016)

Papel de bala abaixo das solas
Fumaça acima das cabeças
Os passos rápidos que vagarosamente progridem
Impedem o avanço daqueles que não têm para onde ir
Eles interrompem a sua caminhada
Apenas para observar o ambiente que não os percebe
O ambiente os repudia
Lança em seu semblante a remela diurna
O piscar não deixa dúvidas
A vontade de levar os dedos até eles é imensa
Mas eles não podem parar
A cidade não pára, os passos prosseguem
A indiferença também
Cada vez mais rápida e apressada
Até eles alcançarem
Eles são recebidos
Sentam
Observam
Respondem
Suam
Alguém com as mãos abaixo do queixo
Que questiona
Instiga
Estimula
Oprime
E rejeita
Eles saem, cabisbaixos, desanimados
São umedecidos por fora
Posteriormente, de dentro para fora
As gotas caem lentamente sobre a pele sem com, melanina
Os dedos vão até eles
E então eles descansam

Desesperados.

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